Vasectomia: entenda o que é e se dá para reverter e refazer depois

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Como é feita a vasectomia? É um método de contracepção eficiente e seguro. O procedimento é bastante
simples e feito com anestesia local. Consiste em cortar e ligar os ductos deferentes, dois pequenos tubos que
saem de cada um dos testículos e por onde passam os espermatozoides no momento da ejaculação. Dessa
forma, eles não conseguem chegar ao corpo da parceira.

Como o volume de espermatozoides corresponde apenas a cerca de 1% do volume do sêmen, o homem que se
submete à vasectomia continua ejaculando normalmente e não há nenhuma alteração no volume de sêmen
que sai do corpo.

A cirurgia de vasectomia também não altera a produção do hormônio masculino, a testosterona, nem altera a
ereção e a micção. Por isso, não há qualquer alteração na libido (desejo sexual), na rigidez do pênis durante o
ato sexual ou na forma como o indivíduo urina.

Apesar de ser um procedimento simples, a cirurgia é, a princípio, denitiva. Por isso a decisão de realizar algo
tão importante deve ser feita de forma bastante ponderada. O candidato ideal à vasectomia é o indivíduo que
está decidido a nunca mais ter lhos. Estima-se que cerca de 50 milhões de homens ao redor do mundo sejam
vasectomizados hoje.
Mesmo assim, aproximadamente 5% dos homens optam por fazer a reversão ao longo da vida. Sim, a
vasectomia é reversível. Os principais motivos são um novo matrimônio associado ao desejo de ser pai
novamente, uma mudança na situação nanceira que leve ao desejo de aumentar a prole ou a morte de um
lho.

A primeira reversão de vasectomia foi realizada em 1902. De lá pra cá, a melhora das técnicas cirúrgicas e o
aparecimento de lupas e microscópios cirúrgicos vêm melhorando os índices de sucesso do procedimento.

A princípio, todo homem vasectomizado que queira ter lhos novamente é candidato à reversão. Entretanto,
indivíduos que tiveram diculdade para ter lhos antes da vasectomia, aqueles que foram vasectomizados há
mais de dez anos ou pacientes em que a parceira tem 40 anos ou mais têm resultados piores na reprodução
após a cirurgia. Por isso, a maior parte é encaminhada à realização de técnicas de fertilização assistida.

O sucesso de uma cirurgia de reversão é medido através de duas variáveis: a taxa de patência e a taxa de
gravidez. A patência signica que a emenda dos ductos deferentes foi bem sucedida e é vericada através da
detecção de espermatozoides em um exame de espermograma, feito geralmente cerca de 40 dias após a
cirurgia. A taxa de gravidez — que é o que realmente interessa ao casal — é o percentual de homens que, após
uma cirurgia de reversão, conseguirão engravidar a parceira.

As taxas de sucesso da reversão da vasectomia são difíceis de serem avaliadas porque há uma grande variação
de um centro para o outro. Em média, a literatura médica reporta uma taxa de patência de entre 80 e 90% e
uma taxa de gravidez de 30% a 40%. A variação leva em conta aqueles fatores como tempo decorrido entre a
vasectomia e sua reversão e a idade da parceira.

É importante lembrar que, apesar de vericarmos a ecácia da cirurgia de reversão cerca de 40 dias após a
cirurgia, pode levar até um ano para que o esperma volte a ter o número normal de espermatozoides. Reforço
que a reversão não é um procedimento simples ou barato tampouco seu completo sucesso está atrelado à
qualidade da cirurgia. Daí porque recomendamos que a decisão de realizar a vasectomia seja tomada com
calma, equilíbrio e ponderação.

Homens que realizaram a cirurgia de reversão podem se submeter a uma nova vasectomia caso decidam, novamente, que não querem ter mais lhos. Esse foi o caso do presidente Jair Bolsonaro, que passou pelo
procedimento em janeiro de 2020. Uma nova reversão pode até ser possível, mas suas chances de sucesso serão
bem menores.

 

Fonte – Veja Saúde

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