Considerado o segundo tipo de câncer mais comum entre pacientes do sexo masculino e responsável por cerca de 10% de todos os cânceres diagnosticados, o câncer de próstata pode trazer uma série de complicações à vida sexual se tratado tardiamente. Em estágios avançados, é necessário realizar um procedimento cirúrgico denominado prostatectomia, que consiste na retirada da próstata de maneira total ou parcial.
Após a realização da cirurgia, é comum haver perda da capacidade natural de ereção em decorrência da remoção dos nervos cavernosos, responsáveis por permitir que o pênis fique ereto. A recuperação da ereção com capacidade para manter relações sexuais depende de uma série de fatores, como extensão da doença, nível de afetação dos nervos, idade, etc. Geralmente, o tempo necessário para a ereção voltar ao normal após a cirurgia de retirada da próstata é de 2 anos.
Neste artigo, vou apresentar como a cirurgia robótica pode ser eficaz para minimizar os riscos de disfunção erétil e apresentar um tratamento efetivo para pacientes que perdem a capacidade de ereção após a prostatectomia. Acompanhe!
Cirurgia robótica minimiza riscos de disfunção erétil
Quando o câncer de próstata está em estágio avançado, a melhor opção de tratamento é o procedimento cirúrgico. A técnica cirúrgica evoluiu muito ao longo dos anos: os primeiros procedimentos eram realizados pela técnica aberta, posteriormente passaram a ser feitos pela técnica laparoscópica tradicional e, atualmente, a cirurgia robótica é a técnica mais moderna, eficiente e segura.
Com a inovação tecnológica e a visão precisa em alta definição e 3D, a cirurgia robótica tem revolucionado o tratamento do câncer de próstata. O procedimento utiliza técnicas minimamente invasivas e é indicado, sobretudo, para casos em que os espaços são limitados ou quando é necessário o detalhamento do órgão explorado.
Como o nome sugere, os movimentos dos instrumentos são realizados por robôs, o que garante maior precisão e eficácia na remoção do tumor. Contudo, a habilidade do cirurgião faz toda a diferença para o sucesso da operação. Quando executada por cirurgiões experientes, a cirurgia robótica proporciona uma série de vantagens, como:
- menores incisões;
- menor risco de sangramento;
- diminuição da dor;
- menor tempo de internação;
- mínimas chances de complicações no pós-cirúrgico e
- recuperação mais rápida.
No entanto, a grande vantagem da cirurgia robótica para a retirada da próstata é a preservação da função urinária e erétil.
De acordo com dados do Hospital Sírio Libanês, a possibilidade de preservar a capacidade erétil é de 80%. A recuperação da função erétil pode demorar algum tempo para acontecer, mas na grande maioria dos casos ela retorna de maneira natural dentro de 1 ano.
Prótese peniana: tratamento definitivo para a disfunção erétil
O paciente que apresenta perda definitiva da função erétil, após a realização da prostatectomia, pode voltar a ter uma vida sexual ativa com a ajuda de tratamentos inovadores. O mais moderno e recente deles é o implante de prótese peniana.
Trata-se de um pequeno dispositivo, em formato cilíndrico, inserido cirurgicamente em cada um dos dois corpos cavernosos do pênis para permitir a ereção. Considerada a terceira linha de tratamento da disfunção erétil, a prótese peniana é indicada para pacientes que apresentam disfunção erétil grave e não responderam de maneira satisfatória aos tratamentos clínicos ou de droga injetável.
Existem dois tipos de prótese peniana: a maleável a inflável. A primeira deixa o pênis em estado permanente de ereção, mas permite acomodar o órgão de maneira confortável e discreta graças à sua maleabilidade.
Já a prótese peniana inflável permite que o pênis retorne ao estado de flacidez após a relação sexual. Esse tipo de prótese é implantado dentro da bolsa escrotal com um cilindro metálico que armazena soro fisiológico. Ao ser ativado, o soro percorre os cilindros e os inflam, resultando na ereção.
Não há motivos para se preocupar com a qualidade e desempenho sexual após o implante da prótese. A vida sexual permanece a mesma, uma vez que não há diferença entre ter ou não ter prótese e é praticamente impossível diferenciar a prótese de uma ereção normal.
Vale destacar que o índice de satisfação sexual com a prótese peniana é de cerca de 80%, ou seja, um número considerado bastante alto. Dessa forma, o paciente pode voltar a ter uma vida sexual ativa e de qualidade mesmo após a retirada da próstata.