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Problema também é conhecido como síndrome da bexiga dolorosa, cuja origem não é cientificamente conhecida; não há cura, apenas alívio dos sintomas

Cistite intersticial é um dos quadros que causa a síndrome da bexiga dolorosa, afirma o urologista Flávio Trigo, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia.

O paciente com o quadro sente muita dor quando a bexiga enche e urina com muita frequência para aliviar a dor. “A pessoa fica de um jeito que não consegue trabalhar, se relacionar, nada”, afirma.

A doença acomete principalmente mulheres e aparece entre 30 e 40 anos. “Aproximadamente três quartos dos meus pacientes com a síndrome são mulheres”, afirma o urologista.

Segundo Trigo, não se sabe a causa da cistite, a teoria mais aceita é de que a camada impermeabilizante que protege a parede da bexiga da urina não é tão eficiente quanto deveria.

“Existe muita dúvida até em relação de qual o primeiro fator. Acredita-se que tem relação com uma infecção no trato urinário, que cura, mas que não para de doer”, explica.

O diagnóstico é feito por exclusão. “O mais importante é verificar se essa dor não tem outra causa, como endometriose ou uma infecção mesmo”, afirma.

Outro sintoma possível além da dor é o sangramento devido à distensão da bexiga. “Quando enche muito a bexiga, pode aparecer sangue na urina”, explica.

Além disso, muitos pacientes com a síndrome apresentam também depressão, mas não se sabe se é decorrente da dor crônica, ou se é a cistite intersticial que causa o quadro depressivo.

A doença não tem cura, mas os sintomas podem ser controlados. O tratamento consiste em uma associação de medicamentos: analgésico, anti-inflamatório, antidepressivo e polissulfato pentosano de sódio, comercializado como Elmiron.

“O antidepressivo não é utilizado para tratar a eventual depressão e sim para diminuir a capacidade de transmissão da dor. O Elmiron ajuda a reconstruir essa barreira entre a bexiga e urina”, explica.

O tratamento de seis meses a dois anos e é bem-sucedido em 80% dos casos. “Quando o tratamento clínico não é suficiente é necessário partir para tratamentos infecção urinaria mais agressivos para a dor envolvendo neurocirurgia”, orienta o especialista.

O médico afirma que em 10% dos casos de cistite intersticial a bexiga encolhe e é necessário passar por um procedimento cirúrgico para reverter a situação.

Saiba o que é mito e verdade sobre infecção urinária:

  • Toda infecção urinária tem sintomas. MITO – Os principais sintomas de uma infecção urinária são urina escura e com cheiro forte, ardência para urinar e vontade constante de ir ao banheiro. Mas estes sintomas não são obrigatórios. Grávidas, por exemplo, constantemente tem exames de urina mostrando infecção e não demonstram nenhum sintoma;
  • Infecção urinária em crianças deve ser investigada. VERDADE – É muito rara a ocorrência de infecções urinárias em crianças. Quando isso acontece, o diagnóstico deve servir de alerta aos pais, pois pode haver alguma alteração dos órgãos urinários da criança. Portanto, o melhor a fazer frente a uma infecção urinária é, primeiramente, tratar e depois avaliar de forma cuidadosa possíveis alterações de bexiga, rim, uretra e uréter;
  • Não há relação entre pedra nos rins e infecção urinária. MITO – Um paciente com cálculo renal tem mais chance de desenvolver infecção de urina. Inclusive há alguns tipos de cálculos que têm bactérias na composição. Nesse caso, o tratamento do cálculo é fundamental para resolver a infecção. Além disso, alguns pacientes têm infecção urinária depois de uma crise de cólica renal. Isso acontece quando uma pedra fica presa e entope o canal urinário, aumentando a chance de contaminação da urina que não consegue passar para a bexiga;
  • Infecção urinária em crianças deve ser investigada. VERDADE – É muito rara a ocorrência de infecções urinárias em crianças. Quando isso acontece, o diagnóstico deve servir de alerta aos pais, pois pode haver alguma alteração dos órgãos urinários da criança. Portanto, o melhor a fazer frente a uma infecção urinária é, primeiramente, tratar e depois avaliar de forma cuidadosa possíveis alterações de bexiga, rim, uretra e uréter;
  • Mulheres grávidas e idosas têm mais chances de ter infecção urinária. VERDADE – Esses dois grupos de pacientes têm seus sistemas imunológicos mais comprometidos do que outras pessoas. No caso das idosas, é comum que elas tenham alterações de bexiga, como incontinência urinária ou outras doenças que fazem com que a chance de infecção aumente. Já a gravidez causa alterações consideradas normais em todo o aparelho urinário, que fica mais dilatado e, por isso, suscetível a infecções;
  • Diabetes aumenta a chance de infecção. VERDADE – O diabetes, quando não está controlado, deixa o sistema imunológico frágil e isso favorece o aparecimento de qualquer tipo de infecção, inclusive da infecção urinária;
  • Exames de urina comuns podem diagnosticar infecção urinária. MITO – O melhor exame para o diagnóstico de infecção urinária se chama cultura de urina. O resultado só fica pronto depois de 48 horas. Esse exame é capaz de identificar que tipo de bactéria causou a infecção. Desta forma é possível saber qual o melhor antibiótico para tratá-la. O exame de urina 1, normalmente feito no pronto-socorro, identifica sinais indiretos de infecção urinária, mas não é conclusivo;
  • Uma boa alimentação evita infecções urinárias. VERDADE – O aumento da ingestão de líquidos e de alimentos cítricos diminui a ocorrência de infecção urinária. Por outro lado, a obesidade é um fator que aumenta o número de infecções, e o tipo de alimentação está intimamente ligado a isso. O melhor é evitar o excesso de doces, principalmente em pacientes diabéticos;
  • Relações sexuais podem estar relacionadas com infecções urinárias. VERDADE – Há uma nítida associação entre a frequência das relações sexuais e o aumento na incidência de infecção urinária. Isso acontece porque, na relação sexual, há o deslocamento de bactérias no organismo da mulher, elas migram para a região da uretra, o canal urinário, aumentando a chance de infecção;
  • Infecções urinárias não causam febre. MITO – Em algumas infecções urinárias simples, como a cistite que acomete apenas a bexiga, a febre não é um sintoma. Já as infecções que atingem o rim, as chamadas pielonefrites, causam febre e queda do estado geral do paciente;
  • Não existe outro tipo de tratamento além dos antibióticos. VERDADE – As infecções urinárias são causadas por bactérias e só são curadas com uso de antibióticos;

 

 

Fonte – R7

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